Diretriz canadense mostra as vantagens de praticar exercícios durante a gravidez e traz recomendações para fazer tudo em segurança. O documento foi produzido por uma série de instituições que se debruçaram sobre as pesquisas na área e criaram a primeira diretriz a listar não apenas as vantagens da atividade física nessa fase, mas as orientações para as mulheres saírem do sedentarismo de maneira segura.
O dossiê vem coroar e atualizar descobertas de longa data, desde 1980, que os exercícios estão muito ligados à saúde e à disposição da gestante, atuando tanto no controle do peso como na prevenção de doenças.
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As principais recomendações da nova diretriz internacional de exercícios para gestantes
- Toda mulher sem contraindicação médica pode e deve ser fisicamente ativa durante a gravidez.
- As gestantes precisam fazer 150 minutos por semana de exercícios físicos em intensidade moderada para obter benefícios. Esse tempo tem que ser dividido em pelo menos três dias da semana.
- Se quiser se mexer diariamente, sem problemas. Um treino focado no assoalho pélvico pode ser feito regularmente.
- Busque acompanhamento de um profissional para receber instruções específicas.
- Em caso de tontura, náuseas e afins durante o exercício, se recomenda a mudança de posição ou a troca da atividade. O ideal é combinar exercícios aeróbicos (hidro, caminhada…) e resistidos (musculação). Ioga e alongamento leve também são bem-vindos.
Medidas para malhar em segurança
- Comer e beber: a gestante deve prezar um cardápio equilibrado (nada de comer por dois) e se hidratar bastante. Tome água antes, durante e depois da ginástica.
- Hora de interromper: se tiver falta de ar que não melhora com repouso, dor no peito, contrações regulares e dolorosas, tontura e sangramento ou corrimento vaginal, pare na hora.
- Só na beira da praia: mergulho no mar está entre as atividades contraindicadas. O feto não está protegido contra problemas ocasionados pela alta pressão do fundo do oceano.
- Nada de calor: evite praticar esportes em dias muito quentes. Além de desidratação, o aumento da temperatura corporal pode causar danos às células nervosas do feto.
- Mantenha distância: melhor passar longe de exercícios que envolvam contato físico ou risco de queda, como lutas e escaladas. Não arrisque sua saúde e a do bebê.
- Ritmo de atleta: se você treina e pretende ultrapassar os limites preconizados do exercício, busque primeiro o aval e a supervisão de especialistas.
- Tão importante quanto não ficar parada é ter supervisão de um profissional de Educação Física. NO caso do Rio de Janeiro e Espírito Santo, é importante verificar se o mesmo possui registro no CREF1.
Casos em que vale uma boa conversa com o médico
- Histórico: quem já sofreu aborto espontâneo ou parto prematuro precisa ser avaliada rigorosamente.
- Hipertensão: exercícios auxiliam a controlar a pressão. Mas, sem orientação, podem causar o efeito oposto.
- Doenças do coração: arritmias ou outras anormalidades cardíacas exigem cuidado dobrado.
- Problema respiratório: treinos inapropriados podem provocar desconfortos e impactar no bebê.
- Anemia: a queda nas hemoglobinas do sangue afeta a distribuição de oxigênio até para o feto.
- Desnutrição: se não corrigida, a carência de nutrientes abala o ânimo, o humor e a saúde da mãe e do filho.
- Gêmeos: após a 28ª semana de uma gravidez de gêmeos, exercícios podem se tornar arriscados.