Rio – Trocar o quimono pelo biquíni. Deixar o ar-condicionado da academia pelo sol morno da manhã. Treinar socos e pontapés que não machucam ninguém. Esses são apenas alguns detalhes da Acqua Lion Fighting, uma modalidade de luta na água que conquista cada vez mais adeptos nesse verão.
Criada há quase 20 anos pelo professor Fernando Lion, 46 anos, a aula é uma mistura de Muay Thai, Wushu Moderno e Tai Chi Chuan, sendo realizada apenas nos meses mais quentes do ano. “Uni os fundamentos de cada atividade e equilibrei em uma hora de treino”, explica Lion, que reúne até 50 pessoas por turma. A ideia surgiu quando o professor percebeu que alguns alunos não conseguiam desenvolver certos golpes no tatame. “Pensei em ensinar na piscina, para a água absorver o impacto dos movimentos e evitar lesões.”
Membro do Conselho Regional de Educação Física e diretor técnico da rede de academias Body Tech, Eduardo Netto, 51 anos, diz que a atividade, entre outros benefícios, também ajuda pessoas que sofrem com problemas de respiração. “É um exercício democrático e sem contraindicações”, analisa.
A luta na água tem fãs além de adeptos, como o engenheiro Rafael Vendrell, 27 anos, que luta Kung Fu há sete. O rapaz venceu o campeonato estadual do esporte no ano passado, e encontrou no Acqua Fighting o complemento ideal. “O exercício agrega bastante para atletas de qualquer modalidade”, avalia o engenheiro, que ganhou o apoio do publicitário Diego Duque de Vasconcelos, de 31 anos.
“Essa foi minha primeira aula e senti que exercita bastante braços e pernas”, diz o lutador de Muay Thai, que acredita no treino na piscina como opção perfeita para o verão. “Melhor praticar esporte à céu aberto do que ficar olhando para o espelho da academia”, brinca. A luta também agrada iniciantes, que fazem dos treinos um programão em família.
“É divertido e relaxante, além de muito refrescante. Para o dia quente não tem nada melhor”, defende a arquiteta Patrícia Torres Vieira, de 37 anos, que participou acompanhada do filho, Matheus Torres. O garoto de 12 anos adora futebol, mas deixou o campo de lado para curtir a piscina com a mãe. “Gostei muito!”, comenta.
O único adversário é a água
O Wushu, que integra o Acqua Fighting, é um esporte chinês que existe há mais de 4 mil anos. “O treino na piscina aumenta a elasticidade e o equilíbrio, além de aperfeiçoar a coordenação motora, uma vez que nenhuma parte do corpo é negligenciada”, explica Lion, lembrando que o único adversário é a água. “Em uma hora de exercícios são perdidas cerca de 600 calorias.”
Para Eduardo Netto, o treino é benéfico especialmente para mulheres e crianças. “Os movimentos na água trabalham o tríceps — o ‘músculo do adeus’ — deixando-o mais firme. Nas crianças, ajuda a desenvolver um crescimento saudável e sem risco de lesões”, indica. Quem tem problemas cardíacos, obesidade e sedentarismo deve fazer avaliação médica antes de aderir.
Segundo Eduardo, a vantagem é que a água na altura do peito diminui o peso corporal em até 90%. “Não há impacto. Pode-se usar caneleiras para aumentar a resistência e melhorar resultados.” Aulas gratuitas são feitas aos sábados, em clubes do Rio. A próxima será dia 22, às 10h, no Country Tijuca. Para se inscrever, obter consultoria, ou fechar pacotes, basta enviar e-mail para ltlion@hotmail.com.
FONTE: Jornal O Dia 11/02/2014